História

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sábado, 24 de outubro de 2015

Movimentos Contemporâneos


A fundação do Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial em 1978 é um marco importante das lutas dos negros. Sua intenção era contestar a ideia de democracia racial, amplamente divulgada durante a ditadura militar. Ele, assim como outros grupos, foi importante para conquistas recentes. Encontros estaduais e regionais estimulavam o crescimento do movimento negro. Em agosto de 1980, ocorreu o I Encontro Memorial Zumbi, em Alagoas, com a presença de líderes nacionais, como Abdias do Nascimento e a antropóloga Lélia Gonzalez (1935-1994). O evento impulsionou a realização dos Encontros de Negros do Norte e Nordeste, iniciados no ano seguinte. A partir de meados da década de 1980, registram-se outros encontros em diferentes estados, além dos Encontros de Negros do Sul-Sudeste e dos Encontros Estaduais e Nacionais de Mulheres Negras. O I Encontro Nacional de Comunidades Negras Rurais Quilombolas, realizado em 1995, deu origem à Comissão Nacional de Articulação das Comunidades Rurais Quilombolas, criada em 1996. As inúmeras reivindicações do movimento negro acabaram sendo trazidas pelos militantes para a esfera pública. Hoje existem diversas secretarias voltadas para a promoção da igualdade racial, no governo federal e em governos estaduais e municipais, e novos artigos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a LDB de 1996, que tornam obrigatório o ensino da história e da cultura afro-brasileira nas escolas do país e incluem o dia 20 de novembro no calendário escolar como “Dia Nacional da Consciência Negra”. Em 1988 duas importantes reivindicações do movimento viraram texto constitucional – a criminalização do racismo (Artigo 5) e o reconhecimento da propriedade das terras de remanescentes de quilombos (Artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias). Os anos de 1995 e 2001 são os dois momentos seguintes. Em 1995 foi realizada em Brasília uma marcha em homenagem aos trezentos anos da morte de Zumbi dos Palmares. Era o primeiro ano do governo Fernando Henrique Cardoso, que criou então um Grupo de Trabalho Interministerial para a Valorização da População Negra, dando a partida nas primeiras iniciativas de ação afirmativa na administração pública federal. E 2001 foi o ano da III Conferência Mundial de Combate ao Racismo, realizada na cidade de Durban, na África do Sul, que mobilizou o governo e as entidades do movimento negro em sua preparação e resultou em novos acontecimentos, como a reserva de vagas para negros em algumas universidades do país e novos compromissos assumidos pelo Estado em âmbito internacional. 


REFERÊNCIAS:
Orgulho da cor. Revista de História da Biblioteca Nacional. Disponível em: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos-revista/orgulho-da-cor Acesso em: 20\08\15.

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